sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A Cachoeira

O que é cachoeira? E o que é cachoeira?
É água que pula pedra,
água que pula pedra.

Perdão, eu vou embora
vou ver outro caminho,
esse você não gosta,
então eu vou sozinho.

O que é cachoeira? E o que é cachoeira?

É água que pula pedra,
água que pula pedra.

Um dia é o encontro
No outro, adeus e mágoa...
como a cachoeira ensina:
pedra fica, vai-se a água.

O que é cachoeira? E o que é cachoeira...?

(jan/2011 - musicada por mim mesmo)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sem Título

Perdi alguma coisa
Não a encontro mais.
Se era a alegria?
Não, não... perdi algo que eu tinha.
E nesta manhã a garoa
criou um borrão no parabrisa
que mais parecia um gol.
A mágica da copa é
enganar os sentidos
com um pouco de poeira e água.

(22/06/2010)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Meio Consolo

Porque a nossa estrada é só idas,
O rastro, de pés e rodas, caudas eventuais,
servirão de algum consolo
se nossa alma é daquelas que se conformam.
"Olhemos o futuro, avante, à frente,
Seremos felizes"... pois sim....!

(Harry Callahan criou vergonha e cresceu;
mas o que mudou em John Rambo?)

Sinto carregar um coldre com este peso:
olhei para trás,
e nos rastros que deixei
vieram tantos que os pisaram.
Rastros apagados, uma imensidão vazia
no horizonte do que ficou.
É que sou meio tolo.

Mas, se sou pai sem um pai,
que isso seja, ao menos,
meio consolo...

(8/8/09 - Poesia pra ser lida em certos domingos de agosto)

Com nova versão

Tem acontecido estes dias
Dar valor àquelas outras coisas
E não à estas de sempre.
Nostalgia
daquilo que nunca aconteceu.
Como a colheita
ou a perda da colheita,
festas e gentes,
latidos contentes,
solos de guitarra.
Caminhar domingo de manhã.
Mas, não deveria estar na Igreja??
Ah, não mais... vou quando quiser.
O filho está crescendo
e queremos viver num sítio
até que a vida nos separe,
e ele siga o caminho mais livre que o meu...
A filha não gosta do mato
mas darei a ela um labrador.
E farão musicas juntos, o labrador e ela...
A esposa quer ver tudo acontecer
bem de perto,
a esposa de feições novas.
Mas já é tão bonita...
Faremos cultos alegres,
regados a vinho e pães assados na hora.
Aos atrevidos que vierem impor regras litúricas:
"um brinde! saúde!
Deus não comia lá na igreja,
mas veio aqui comer conosco
neste santuário de convertidos!"
Convém uma nova versão.

(26/8/09)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A Canção Mais Triste do Ano

Vi porque fiz alguém chorar:
As palavras soam como um agulhão
se promessas nada valem
quando mal lidas num caderno.

As lembranças nos repelem,
a nós,
sonhadores de violão.
As lembranças nos compelem
a escrever na noite quente
a canção mais triste do ano.

(1991 - musicada por mim mesmo)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A canção Insone

As sombras que marcam o escuro
São notas na pauta da insone canção
Feitas como de ninar pra contradição...
É tão triste, mas é história:
É noite e o medo maior é a solidão.

As horas que passam carregam meu sono
Me deixam pensando assim,
que a sina de ser esquecido faz parte de mim.
É tão triste, de verdade
É noite e não posso dormir pensando no fim
mas, princesa, quem sabe?
A canção insone te mostre que te amo, sim.

(1991)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sete Cores

Pensei na chuva e em você:
Um pote de ouro, um presente.
E cada gota que pude ver,
cada uma, uma cor diferente.

E com tanto brilho eu pude ver
sete cores fazendo um anel
pra pintar você no céu
E nunca mais te esquecer.

(nov/1989 - lembrei hoje dessa velha canção por conta de um arco-iris, logo cedo, pintado num céu indeciso entre a chuva e o sol)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Sair Pra ver o Mar

Sair pra ver o mar
Pensamento que puxa a vida
arrasta-se o dia inteiro
porque é grande a expectativa.

Sair pra ver o mar
e ter tempo com as crianças
ficar perto da amada
aquecer o coracao
e esquecer o resto.
Quando possível.

Tocar violão
quem sabe sai música
pois o mar é saudade
de sabe-se lá o que.
E vou esquecer o blog!
vou viver os ultimos dias
e tentar acertar dessa vez
e depois do mar, ser outro cara.

(21/05/08)

quarta-feira, 31 de março de 2010

Sem Título

droga, droga, droga...
acordei bem mas agora tenho o coração partido.
Simples assim.
Vou atualizar minha lista de tarefas do dia:
- isso, aquilo, e mais este.
Devaneios não terão mais espaço na agenda.
Assumo que a realidade é isso que me cerca.
Já pedindo perdão pelo desprezo
que pareço despejar nas pessoas:
- a culpa não é vossa.
Eu tinha guardadas, bem guardadas,
sete razões de inspiração poética
mas estou em dieta controlada de açúcares.
Que não me farão falta.
Vão-se, portanto, as melodias quase criadas
pois tenho um importante relatório pra fazer.
Por favor, uma xícara de café.

(2-abr-2009)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Abelha Princesa

Nasce o Sol,
vem você
Molhada no sereno da manhã
Repetindo seu afã, sua certeza:
Abelha-princesa.

Sem saber
faz o mel
Do doce que as flores te dão
Flores, servas que são,
E se espelha:
princesa-abelha.

Voa alegre, voa longe
Voa até encontrar meu sonho
Voa até entrar no meu coração.

E me faz feliz, só você
Presente inexplicável do Deus Pai
Um encanto a mais, sua beleza,
Abelha-princesa.

Pra viver basta o mel
e toda a atenção do Criador
que faz do nosso amor
bem mais que uma centelha,
princesa-abelha.

(em 1994. Já nasceu com música. E este post é uma resposta a este aqui).