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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Meio Consolo

Porque a nossa estrada é só idas,
O rastro, de pés e rodas, caudas eventuais,
servirão de algum consolo
se nossa alma é daquelas que se conformam.
"Olhemos o futuro, avante, à frente,
Seremos felizes"... pois sim....!

(Harry Callahan criou vergonha e cresceu;
mas o que mudou em John Rambo?)

Sinto carregar um coldre com este peso:
olhei para trás,
e nos rastros que deixei
vieram tantos que os pisaram.
Rastros apagados, uma imensidão vazia
no horizonte do que ficou.
É que sou meio tolo.

Mas, se sou pai sem um pai,
que isso seja, ao menos,
meio consolo...

(8/8/09 - Poesia pra ser lida em certos domingos de agosto)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A Canção Mais Triste do Ano

Vi porque fiz alguém chorar:
As palavras soam como um agulhão
se promessas nada valem
quando mal lidas num caderno.

As lembranças nos repelem,
a nós,
sonhadores de violão.
As lembranças nos compelem
a escrever na noite quente
a canção mais triste do ano.

(1991 - musicada por mim mesmo)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A canção Insone

As sombras que marcam o escuro
São notas na pauta da insone canção
Feitas como de ninar pra contradição...
É tão triste, mas é história:
É noite e o medo maior é a solidão.

As horas que passam carregam meu sono
Me deixam pensando assim,
que a sina de ser esquecido faz parte de mim.
É tão triste, de verdade
É noite e não posso dormir pensando no fim
mas, princesa, quem sabe?
A canção insone te mostre que te amo, sim.

(1991)

quarta-feira, 31 de março de 2010

Sem Título

droga, droga, droga...
acordei bem mas agora tenho o coração partido.
Simples assim.
Vou atualizar minha lista de tarefas do dia:
- isso, aquilo, e mais este.
Devaneios não terão mais espaço na agenda.
Assumo que a realidade é isso que me cerca.
Já pedindo perdão pelo desprezo
que pareço despejar nas pessoas:
- a culpa não é vossa.
Eu tinha guardadas, bem guardadas,
sete razões de inspiração poética
mas estou em dieta controlada de açúcares.
Que não me farão falta.
Vão-se, portanto, as melodias quase criadas
pois tenho um importante relatório pra fazer.
Por favor, uma xícara de café.

(2-abr-2009)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Tudo entregarei

Dá-me, ó mundo,
rostos felizes de gente satisfeita!
Que eu aprenda a entregar,
livrar-me das coisas,
pois de nada necessito.
Que sejam felizes, pessoas,
todas.
Todas as que me tomaram
bens ou energia ou afeição.
Dá-lhes, Justiça,
o quinhão que julguei ser meu.
Que assim seja, amém e amém.
E caso eu definhe um dia
foi puro acaso do Tempo,
este que tudo toma e nada devolve.

(27/jan/2010)

Sinais

Tome isto por um sinal,
crescerá meu cabelo, à moda argentina.
Pois sinto falta de algumas coisas:
um pouco de ar
mar
um pasto verde, chapiscado de cupins
um pastor-alemão que eu nunca tive
um abraço do meu pai
um risco calculado
um golaço de esquerda.

Sinto falta de respostas,
reações aos poemas que fiz:
é quando o silêncio pesa mais.

Tome isto por um sinal,
me verás mais solto e leve.
Mas não te enganes pela fluência
se olhares, bem no fundo,
verás olhos mais sérios
intensões mais duras
coração mais resignado
confessado por meio da música.
Quanto mais eu canto,
mais me transformo
no que deveria ter sido.

(20.10.2008)

Solicitude

Aproxima-te de mim,
afugenta tua solitude
dá-me mais de uma razão
para que te acolhas.
Seja eu alento,
ou apenas do-peito
quando saltares de um trem.
Mas, se tens esta preferência:
Seja eu mais um
destes teus problemas
- contudo!
sirva-se da minha solicitude.
Dadas, use nossas mãos
pr'uma flor que colhas.

(12-09-2008 - musicada por mim mesmo)

Ócio do Tempo

Ócio do tempo,
destempero:
meu ódio
é que não persevero
naquilo que creio,
naquilo outro que quero.

Ode ao vento,
tempestade!
quem pode
captar a metade
de fúria tamanha
que justa me invade?

Pois me vejo frustrado,
em meus sonhos há idas.
De súbito me vêm planos,
ensaio uma despedida:
- Partirei, na incerteza,
de alma nua e pés descalços?
(Mas há sorrisos que encantam,
pena serem tão falsos...)

Ócio do vento,
desconverso:
meu ódio
teve efeito reverso
e, no vento parado,
nasceu-me outro verso.

Ode ao tempo,
convergência:
quem pode,
em tendo ciência,
costurar impulsos
se não a experiência?

Fernão Dias

Voam
em pequeno grupo
alto demais pra ver
ou ouvir os pios.
Preso
dentro do carro
a estrada fechada,
penso em liberdade
olhando os passaros
quero sair e voar.
Ah, mas quem disse?
- quem disse!
que são livres?
Dependem do ar
e das asas
- presos, portanto!
presos à gravidade.
Graves
são meus olhos de panda
no retrovisor
pequeno demais
e, se eu pio,
não ouvem.

(01-jul-2008)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Quatro, Setenta

Perdoa, me perdoa.
sem perguntas,
sem resposta...
um bloco de vidro
um tubo de cola
letras em sequencia
e a senha do sistema.
Num dia de trabalho
voei pra bem longe daqui
perdido, desisti
errei outras quatro vezes
me arrependo outras setenta
vou errar de novo.
Perdoa, me perdoa.