quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Ressurreição

Sem abrir os olhos,
Fez do sonho uma prece
Em seu sono sem pressa,
o sonho era de sonhador.

Sem abrir os olhos,
imaginou ter colo,
beijo melado que cola,
mão lhe dando um cobertor.

Sem abrir os olhos,
viu flores num canto
uma vitrola que canta
e amigos ao seu redor.

E, como abertos, vê
olhos que miram como seta
lhe dão golpes - sete,
e causam nenhuma dor.

E, como abertos, vê
que a luz é bela e leve
energia e vida ela leva,
energia e vida e calor.

E, como abertos, vê
o espanto que o povo sente:
quem era morto se senta
à voz do pregador.

(30/11/2009)

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